quinta-feira, 25 de março de 2010

Exposiçom


A exposiçom de AMC com motivo do Centenário do 8 de Março acha-se agora em Ponte Areias no café-bar Onde Sempre na rua Redondela.
Estará nesta ubicaçom um par de semanas. Imos reproduzir no nosso blogue todas as entrevistas e para começar Ana Vicente Amoedo.






- Conheces na sua totalidade todas as condiçons que se estipulam no teu contrato:

Conheço. Desde os inícios, nas distintas empresas em que trabalhei tentei sempre conhecer a fundo todas as condiçons estipuladas nos contratos, lendo mesmo até a letra pequena.
- Tipo de trabalho que realizas.

Eu, como todas as companheiras, passei por todos os empregos distribuindo-nos a todas em turmas; serrar, embalar… Excluindo as tarefas administrativas.

- É um trabalho realizado só por mulheres?

Nom teria porque ser assim, mas nesta empresa somos quase todas mulheres. Há homens, mas nom fam o trabalho que fazemos as demais, os homens som os encarregados, os chefes, etc.

- Achas os horários e turmas ajeitados para conciliar a tua vida laboral e familiar, sendo mae de três nenas?

Nom. Ter que mudar de turmas por semana fai muito mais difícil conciliar a vida laboral e familiar. Mas também o meu corpo de algumha maneira o nota, ao ter que adaptar-se a horários diferentes; cansanço tanto fisico como psicologicamente. Com três crianças ainda é mais complicado. A empresa nom pom nengum tipo de meios para poder conjugar a vida familiar e laboral, como um serviço de infantário ou como poder escolher o horário mais ajeitado à tua situaçom.

- Achas melhoráveis as vossas condiçons laborais? Por quê convénio vos regedes?
As condiçons sempre som melhoráveis, há muitas situaçons intoleráveis para desenvolver o nosso trabalho em condiçons óptimas. O convénio que possuímos é um convénio assinado por UGT e CCOO e estamos tratando de mudá-lo e adapta-lo às nossas necessidades e nom às dos patrons.

- És Sindicalista. Achas necessário este trabalho adicional, além do que já tés?

Acho o meu trabalho como sindicalista nom só necessário, mas imprescindível para melhorar as condiçons e a situaçom laboral de todas as operárias de esta empresa.
Nestes momentos estamos em reunions com os representantes da patronal da nossa empresa para melhorar a situaçom salarial e atingir aumento de salário, 900 euros. O salário que recebemos actualmente é muito baixo, 750 euros. Já levamos dous anos luitando para melhorar as condiçons, mas os patrons só procuram o seu máximo benefício, sem ter em conta a qualidade de vida e dignidade das operárias.

- Para mudar a vossa situaçom estades em contacto com os patrons ou com seus representantes?

Com os patrons directamente nom negociamos, só com os seus representantes na empresa… talvez saibam da exploraçom à que nos mantenhem e é preferível manter distáncias.

- Som muitos os Riscos Laborais aos que estades expostas?

Som. Tantas horas continuadas, sem mais descanso que um quarto de hora, dam lugar a problemas de fatiga que podem provocar a perda da atençom e trazer consigo acidentes laborais, esforços ao fazerem o mesmo movimento repetidas vezes que dam lugar a tendinites, problemas lombares, dores de cabeça... Ainda que se nos proporciona roupa para o frio, as temperaturas também som mui baixas e isso da lugar com o passo do tempo a problemas de reumatismo, artrite ou artrose…

segunda-feira, 8 de março de 2010

8 de Março Dia Internacional da Mulher Trabalhadora

Quem propujo a comemoraçom de um dia dedicado à mulher trabalhadora?

Foi Clara Zetkin durante a II Conferência Internacional das mulheres socialistas em 1910, para luitar polo direito ao voto, o direito ao trabalho e contra a discriminaçom, sem determinar um dia concreto.

A primeira vez que se celebrou este dia em Europa foi 19 de Março de 1911, data proposta por Alexandra Kollontai. Ao longo dos anos seguintes fôrom realizando-se comemoraçons em diferentes paises e em datas que nom sempre coincidiam, ainda que sempre tendo como referência o mês de Março.

História sobre da celebraçom deste dia e qual foi a razom de eligir 8 de Março.

O periodo que vai desde finais do S. XIX a princípios do XX, foi umha época de luitas, de greves, manifestaçons polas condiçons laborais e salariais das trabalhadoras/es, que eram inumanas, ainda que as mulheres nom reclamavam entom a igualdade salarial. Mas estas eram o sector mais oprimido e explorado polos patrons polo que nom duvidarom em somar-se à luita por melhorar a sua existência.

Quase todas as celebraçons deste dia durante a segunda década do S. XX realizarom-se ao redor do mês de Março, seguindo umha série de acontecimentos: greves, manifestaçons, acçons de protesto na rua e outras.

Um momento importante a resenhar é o ano 1917, em Rússia, neste 8 de Março, as mulheres operárias iniciárom umha greve com manifestaçons, saíndo às ruas pedindo pam, paz e liberdade, polas condiçons de miséria à que estavam a serem submetidas.

É um feito importante na nossa história, já que estas mulheres marcariam umha das primeiras fases da Revoluçom russa.
É a partir do ano 1922 que se instaura definitivamente esta data do 8 de Março e se espalha desde aqui a outros paises.

Já nos últimos anos da década dos 20 desapareceu esta data do calendário polo ascenso do nazismo e fascismo e posterior Guerra Mundial, e nom seria até os anos 60 que se recupera vinculado aos movimentos feministas e à luita por atingir igualdades salariais.

Quais som as nossas reivindicaçons para este dia?

No ámbito laboral existe a discriminaçom por sermos mulheres e por sermos trabalhadoras com umha dupla jornada laboral, nos centros de trabalho e no fogar. Queremos atingir a igualdade salarial com o homem, na procura dum salário e dumhas condiçons e relaçons laborais que permitam desenvolver-nos com os critérios ajeitados de dignidade e óptima qualidade de vida.

Também queremos lembrar a todas aquelas mulheres que luitarom por conquistar uns direitos que nos pertencem e polo que muitas fôrom reprimidas, encarceradas, maltratadas e até assassinadas. É um dia de lembrança, mas também de reflexiom de como devemos avançar na nossa luita para atingir a igualdade real de direitos e contra a opressom e exploraçom que nos impom esta sociedade machista e este sistema capitalista.

Têm sentido a dia de hoje continuar a celebrar este dia?

Hoje mais que nunca é necessário continuar a reivindicar e luitar polos nossos direitos sociais e laborais. As mulheres hoje em dia, com a crise e ocaso do capitalismo estamos a serem as mais afectadas polos recortes que impôm os patrons. As diferenças e discriminaçons laborais e salariais som cada dia mais evidentes.

Deste jeito a diferença salarial da mulher trabalhadora da Galiza é superior a um 25%, com respeito ao homem, cobrando um 74,5% do que cobram os homens. Os trabalhos som em precário e as condiçons laborais estam-se a deteriorar cada dia mais polos efectos desta crise causada por um sistema injusto que nos oprime, marginaliza e agrede impedindo a nossa libertaçom.

Condado, 8 de Março de 2010

domingo, 7 de março de 2010

8 de Março todos os dias























O Dia Internacional da Mulher Trabalhadora deste ano é especial porque há um século foi instaurada a data na II Conferência Internacional das Mulheres Socialistas seguindo a proposta da comunista alemá Clara Zetkin.
A AMC comemora esta efeméride com umha exposiçom que se inaugurou sábado 6 de Março na feira de Ponte Areias onde se recolhem oito entrevistas a oito vizinhas do Condado e que percorrera diferentes lugares da comarca dos que informaremos mais adiante.
Durante a manhá do sábado foi distribuido o manifesto que elaboramos para esta ocassiom. Nos dias prévios a AMC reivindicou na rua esta data de luita para a libertaçom da mulher.