26 de abril, as lesbianas que queremos ser.
Sou
eu quem che fala, a tua companheira de trabalho, a tua filha, a tua
mãe, a vizinha do terceiro, sou eu, a lesbiana que nunca
quiseste ver.
Sou
eu, a que leva escuitado desde pequena perguntas estúpidas
sobre moços, casamentos, crianças e outros contos.
Sou
eu, a que durante anos vivi com vergonha, com inseguranças,
ficando calada quando a sexualidade, saia nas conversas.
Sou
eu a que sofre a imposiçom hetero nos meios de comunicaçom,
na publicidade, filmes e seriais, sou eu, a que nom atopo espelhos
nos que sentir-me umha igual.
Sou
eu, a que sente a incomodidade de outras mulheres em momentos de
festa, risas e desfrute por crer ser do meu gosto sexual.
Sou
eu, a que tenho que escuitar que a minha sexualidade é de
segunda, como se for um jogo de crianças, incompleta pola
ausência de um pénis.
Somos
nós, sim, as lesbianas que queremos ser, as lesbianas que
gostamos dos beijos com outras iguais, que amamos a outras mulheres e
que desfrutamos de maneira completa do sexo entre mulheres, do sabor
do fluxo vaginal e de todos os lábios quantos temos e ainda
vós desconheceis.
Nom
dependemos deles, por isso nos odiam, nom os sofreremos, por isso nos
atacam, nom nos sentimos soas, por isso nos tenhem medo.
Sim,
estamos aqui e vinhemos para ficar, para desestabilizar o vosso
pensamento único, os vossos esquemas binários e a vossa
falsa normalidade sexual.
Somos
prévias aos vossos discursos “progres” e as leis de
igualdade. As
feministas radicais e lesbianas sabemos que as migalhas dadas pola
masculinidade nom vam ser a nossa soluçom, mas já
estamos conseguindo fazer agonizar ao pensamento heterossexista. Fica
muito por andar mas é tarde para parar-nos o
caminhar.
Viva
a luita feminista!
As
lesbianas também existimos!
Na
minha cona nom manda ninguem!