terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Fevereiro baixo umha ótica feminista



O sistema patriarcal sob o qual vivemos as mulheres materializa-se em todos os eidos da sociedade inimagináveis; aliado com o Capitalismo explora, se nom rouba,  a nossa força de trabalho, oprime-nos brutalmente e utiliza-nos do jeito que mais ou melhor lhe convem para a sua manutençom e reproduçom.
Assim, somos as encarregadas de reproduzir a força de trabalho, de vender a nossa própria, de oferecer-nos como objetos sexuais desejáveis, de sermos dóceis e atentas, devemos mostrar-nos sempre pacientes e estoicas ante insultos e maus-tratos por parte de companheiros sentimentais, familiares, etc., também temos que suportar ser relegadas a um segundo plano em todos os contextos (laboral, literário, histórico,…), ser infantilizadas até extremos tais como o de nom poder nem decidir sobre o nosso corpo, e um interminável etcétera que nunca remata.
Ademais de todo isto somos, em muitas ocasions, as difusoras das ideias que nos oprimem e exploram, sintoma claro da nossa  alienaçom e dominaçom como género.
Incluso as festas mostram cada dia as ideias do sistema no qual estamos imersas, algo que podemos constatar, por exemplo,  em este mês de Fevereiro:
O Entrudo, celebraçom que estamos a festejar em estes dias, é umha data de divertimento e gozo para todas as galegas e galegos, mas também é umha data que as multinacionais e grandes empresas convertem em dias nos que empregar a imagem feminina como “carne de canom”, fazendo dos disfarces mais umha forma de conversom em obxectos sexuais para as mulheres, em umha competiçom de consumo exacerbada.
Umha outra data que vamos sofrer em este devandito mês é o 14 de fevereiro ou “dia dos namorados”, data totalmente heterossexista, que tenta empurrar às mulheres a ter parelhas tradicionais, “românticas”, heterossexuais e plenamente monógamas para assim poder participar da borracheira consumista em torno a este dia, e sentir-nos “normais e realizadas”.
De nom ter parelha, as mulheres, sobre todo as que nom se encontram na vintena, somos assinaladas como solteironas, amargadas ou pouco desejáveis, incapazes de reter a um homem ao nosso carom, sentindo-nos alheias e estranhas a toda a realidade em torno a esse dia: filmes, anúncios, notícias na imprensa, etc.
É por isso que as mulheres temos de rebelar-nos ante formas de ócio que nos ridiculizam, nos humilham ou nos cousificam, e reclamar espaços para o nosso lazer nos quais ser nós mesmas, espaços nos quais expressar-nos livres de convecionalismos patriarcais.

Reclamemos um ócio livre de machismo e opressom patriarcal!

Por um Entrudo popular e nom machista!

Porque nom precisamos que nos completem! Soas fazemos umha laranja inteira!