Fevereiro baixo umha ótica feminista
O sistema patriarcal sob o qual
vivemos as mulheres materializa-se em todos os eidos da sociedade inimagináveis;
aliado com o Capitalismo explora, se nom rouba,
a nossa força de trabalho, oprime-nos brutalmente e utiliza-nos do jeito
que mais ou melhor lhe convem para a sua manutençom e reproduçom.
Assim, somos as encarregadas de
reproduzir a força de trabalho, de vender a nossa própria, de oferecer-nos como
objetos sexuais desejáveis, de sermos dóceis e atentas, devemos mostrar-nos
sempre pacientes e estoicas ante insultos e maus-tratos por parte de
companheiros sentimentais, familiares, etc., também temos que suportar ser
relegadas a um segundo plano em todos os contextos (laboral, literário,
histórico,…), ser infantilizadas até extremos tais como o de nom poder nem
decidir sobre o nosso corpo, e um interminável etcétera que nunca remata.
Ademais de todo isto somos, em
muitas ocasions, as difusoras das ideias que nos oprimem e exploram, sintoma
claro da nossa alienaçom e dominaçom
como género.
Incluso as festas mostram cada
dia as ideias do sistema no qual estamos imersas, algo que podemos constatar,
por exemplo, em este mês de Fevereiro:
O Entrudo, celebraçom que estamos
a festejar em estes dias, é umha data de divertimento e gozo para todas as
galegas e galegos, mas também é umha data que as multinacionais e grandes empresas
convertem em dias nos que empregar a imagem feminina como “carne de canom”,
fazendo dos disfarces mais umha forma de conversom em obxectos sexuais para as
mulheres, em umha competiçom de consumo exacerbada.
Umha outra data que vamos sofrer em
este devandito mês é o 14 de fevereiro ou “dia dos namorados”, data totalmente
heterossexista, que tenta empurrar às mulheres a ter parelhas tradicionais, “românticas”,
heterossexuais e plenamente monógamas para assim poder participar da
borracheira consumista em torno a este dia, e sentir-nos “normais e realizadas”.
De nom ter parelha, as mulheres,
sobre todo as que nom se encontram na vintena, somos assinaladas como
solteironas, amargadas ou pouco desejáveis, incapazes de reter a um homem ao
nosso carom, sentindo-nos alheias e estranhas a toda a realidade em torno a
esse dia: filmes, anúncios, notícias na imprensa, etc.
É por isso que as mulheres temos
de rebelar-nos ante formas de ócio que nos ridiculizam, nos humilham ou nos cousificam,
e reclamar espaços para o nosso lazer nos quais ser nós mesmas, espaços nos
quais expressar-nos livres de convecionalismos patriarcais.
Reclamemos um ócio livre de machismo
e opressom patriarcal!
Por um Entrudo popular e nom
machista!
Porque nom precisamos que nos completem! Soas fazemos umha laranja inteira!