terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Acçom unitária do feminismo galego



Sábado 28 de Novembro saia às ruas de Compostela a Rede Feminista Galega na sua primeira acçom pública. O motivo, umha das vindicaçons históricas das feministas: 25 Novembro, dia internacional contra o terrorismo machista.

A Assembleia de Mulheres do Condado decidimos este ano juntarmos forças com diferentes organizaçons e mulheres feministas do país, pois ainda que nom esquecemos a nossa luita no Condado achamos que é necessária a uniom para fazer-nos ouvir.
Umha cadeia de perto de 60 mulheres com cartazes alusivos às violências que diariamente sofremos e um outro grupo "armado" de sachos e fouces acompanhados com pandeiros e pandeiretas denunciárom na rua a violência machista.

A continuaçom reproducimos o texto distribuido.

Dia contra a violência machista

Passar dum “cala” ou dum “tu nom sabes de que estás a falar” a umha agressom física, é só um degrau na escalada da violência machista que, muitas vezes, passa despercebido.
Porque as mortes nom se produzem de súpeto, porque antes de umha mulher ser assassinada produzem-se pequenas mortes todos os dias:

a morte nas escolas: silenciando o papel da mulher na história…

a morte laboral: quando continuamos a cobrar menos polo mesmo trabalho…
a morte na família: educando-nos no eterno papel de cuidadoras, como maes, esposas ou filhas…
a morte sexual: negando-nos o nosso próprio prazer, convertendo-nos em meros objectos reprodutores…

a morte a partir dos fundamentalismos religiosos: quando todos e cada um dos seus credos subordinam as mulheres ao homem…
Por iso estamos hoje na rua, por todas essas pequenas grandes mortes, por todas as mulheres assassinadas, porque já estamos fartas!!!!

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Entrega de prémios do VI Certame Literário Feminista do Condado















O passado Sábado 7 de Novembro tivo lugar no Local Social Baiuca Vermelha de Ponte Areias a entrega dos prémios do VI Certame de AMC. Ana Amoedo em representaçom do colectivo feminista entregou os dous prémios. Posteriormente as ganhadoras, Marisa Iglésias e Andrea González, realizárom umha breve intervençom agradecendo o prémio. Contárom como conhecerom o certame, o porque da sua participaçom, e a importância de que exista umha iniciativa de estas característcas a dia de hoje na Galiza. Marisa Iglésias também recitou um poema feito para a ocassiom.
O evento finalizou com uns petiscos e a confraternizaçom entre o público existente.












sábado, 24 de outubro de 2009

Falhado o VI Certame Literário feminista do Condado

O júri, composto por Mª Xesus Suárez Nuñez (Professora de secundária no IES Val do Tea de Ponte Areias), Ana Mariño Álvarez (Professora de primária no CPI Curros Enriquez, Paços de Borbem) e Ilduara Medranho Gonçales (em representaçom da Assembleia de Mulheres do Condado ), após avaliar os diferentes trabalhos presentados no VI Certame Literário Feminista do Condado, acordam dividir o prémio em dous accesits de 100 € respectivamente.
O trabalho intitulado “Doce poemas do ano cero” de Marisa Iglesias Méndez, de Bornetas e “Zaira” de Andrea González Rodríguez,de Ponte Areias
resultárom ganhadores.

A entrega dos prémios terá lugar no Local Social Baiuca Vermelha o Sábado 7 de Novembro a partir das 20 h. De AMC nom só queremos parabenizar as duas ganhadoras, também agradecer o esforço realizado polo resto dos trabalhos apresentados.
A confiança depositada no único Certame Literário Feminista existente a dia de hoje na Galiza, autogerido por umha organizaçom de mulheres, som os melhores aços para continuarmos com a iniciativa e começarmos a preparar a ediçom de 2010.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

IV Jornadas feministas do Condado



O Sábado 12 de Setembro tivérom lugar no Local Social Baiuca Vermelha as IV Jornadas Feministas do Condado. A sessom começou com aulas de pintura, e a seguir projectou-se o documentário "Bata por fora ,Mulher por dentro" contando com a presença de umha das realizadoras do MIVICO. Para rematar realizou-se umha ceia de confraternizaçom de mulheres que se alargou até a madrugada.

Desde a AMC queremos agradecer as todas mulheres presentes e fazemos um apelo a participar nas vindouras jornadas.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

IV Jornadas feministas do Condado

Mais um ano o Condado víste-se de lilás para reivindicar e luitar pola igualdade social das mulheres. Umhas jornadas em que mulheres de todas as idades compartilhamos actividades, amosando assim que estamos presentes, que levamos e trazemos com nós, umha luita invissível ou mais bem invisibilizada, mas imparável.

Desde a Assembleia de Mulheres do Condado achamos que é muito necessário para as mulheres ganhar espaço e espaços. É claro o posto que capitalismo e patriarcado nos tenhem destinado, mas nós devemos construir a história, a nossa história, a história da mulher trabalhadora, da igualdade sexual, da aboliçom de géneros, do direito a decidir sobre nós mesmas e as nossas vidas...

É assim que este sábado celebramos as IV Jornadas feministas do Condado, que terám lugar no Local Social Baiuca Vermelha em Ponte Areias com diferentes actividades:

- 18h curso de pintura sobre lenço.

- 20h projecçom do audiovisual participante no festival Mívico 08: "Bata por fora (mulher por dentro).

- 21h petiscos e música tradicional ao vivo.

- 22,30h ceia de mulheres.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Por umha sexualidade livre

Este passado Sábado, várias companheiras da Assembleia de Mulheres do Condado achegamonos até o Festival da Poesia do Condado em Salvaterra de Minho, achegando a todas as mulheres a nova campanha "Por umha sexualidade livre".

É necessário que informaçom e métodos anticonceptivos sexam entregados de forma gratuíta para poder desenvolver umha sexualidade sana e verdadeiramente livre. Por isso achegamos a todas as mulheres que por ali passarom um total de 500 preservativos, entre femininos e masculinos.

A campanha será continuada este próximo Sábado de manhá com o reparto na feira de Ponte Areias.

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

Terrorismo machista

Quarto assasinato por violência machista na Galiza em 2009.

Após quase umha semana de búsqueda, Laura Alonso de 19 anos de idade aparecia morta a causa de um asfixiamento com a sua própria chaqueta, em um monte cercano à sua casa, na localidade de Toém.

Devido a mediatizaçom que rodeou tanto a búsqueda como a posterior investigaçom, e graças a familiares e vizinhança que decidirom "empapelar" Toém e Ourense com fotografias legendadas com "Assasino", em este caso sim que forom feitos públicos os dados do agresor, o ex-companheiro, Javier Cruz González de 32 anos de idade, que finalmente confesava a autoria do crime e que já fora denunciado anteriormente pela vítima por maos tratos,

Umha cultura e educaçom patriarcal normalizadoras de umha realidade social, em que tanto o sistema capitalista como instituiçons som os maiores aliados do terrorismo machista perpetuando a ordem social de género.

A Assembleia de Mulheres do Condado vai estar este Sábado na feira de Ponte Areias como acto simbólico de repulsa e denúncia de todas as agressons machistas que sofrem diariamente dezenas de mulheres.

FORA O MACHISMO DAS NOSSAS VIDAS!
VIVA A LUITA DAS MULHERES!

Curso de pandeireta


- APRESENTAÇOM: 25 DE SETEMBRO
- INÍCIO DO CURSO: 2 DE OUTRUBRO
- DIAS: SEXTAS-FEIRAS
- LUGAR: L.S.BAIUCA VERMELHA (PONTE AREIAS)
- HORÁRIO: 20.30H - 22.00H
- INSCRIÇOM: L.S.BAIUCA VERMELHA OU 671.200.160
- PREÇO: 10 EUROS / MÊS

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

IV Certame literário feminista do Condado

Chegamos a última semana de praço de apressentaçom de trabalhos do IV Certame literário feminista do Condado lembramos as bases:


1- A temática será livre sempre que esteja relacionada directa ou indirectamente com a situaçom de opressom, dominaçom e exploraçom que padecem as mulheres no actual sistema patriarcal.


2- Poderám participar todas as mulheres que o desejarem sem limites de idade.


3- Os trabalhos serám apresentados exclusivamente em língua galega.


4- O certame está aberto a qualquer género literário (romance, poesia, teatro, ensaio).


5- O júri é constituído por três mulheres representativas da comarca.


6- O prémio estará dotado com 300 euros, podendo o júri declará-lo deserto ou dividir a quantidade citada em accesits na sua totalidade ou em parte.


7- O prazo de apresentaçom de trabalhos finaliza na segunda feira dia 31 de Agosto de 2009.


8- Os trabalhos serám apresentados por triplicado num envelope em que se fará constar na parte exterior o título e um pseudónimo da autora e, em envelope diferente, identificado com o título do trabalho e o seu pseudónimo, serám entregues os dados pessoais da autora: nome e apelidos, Bilhete de Identidade (BI), endereço, telefone de contacto.Os envelopes serám enviados por correio certificado ao Local Social Baiuca Vermelha Rua Redondela nº11 rés-do-chao C.P. 36860 de Ponte Areias, a nome da AMC.


9- O trabalho ou trabalhos premiados ficarám em propriedade da Assembleia de Mulheres do Condado. Embora a autora ou autoras manterám os seus direitos sobre segundas ou posteriores ediçons de ser publicado o trabalho premiado.


10- Os trabalhos nom premiados ficarám a disposiçom das autoras durante um prazo de dous meses umha vez atribuído o prémio. Após finalizar este período de tempo, serám destruídos.


11- A interpretaçom das presentes bases som atribuiçom do júri.


12- A decisom do júri é inapelável.


13- A participaçom no prémio supóm a aceitaçom das suas bases.

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Terceiro assassinato por violência machista na Galiza em 2009

Ubaldina Paços de 70 anos de idade era assasinada esta passada Sexta-feira na sua própria vivenda, em Coristanco (A Corunha). Era o seu marido, de quem as forzas poliziais espanholas só confirmam as suas iniciais (R.I.G) e a sua idade (76 anos), quem após umha forte discussom sestava umha pancada mortal no peito de Ubaldina.

Desde a Assembleia de Mulheres do Condado nom queremos que, tanto este como os anteriores assasinatos, frutos do terrorismo machista fiquem em simples notícias, polo que este Sábado a partir das 12h estaremos na Feira rendindo o nosso pequeno homenagem as já tres vítimas a maos dos seus "companheiros" na Galiza.

- Maria Teresa Comesanha, 43 anos. Assasinada em Cabanas (A Corunha).
- Maria Luz Tapia, 38 anos. A Corunha.
- Ubaldina Paços, 70 anos. Coristanco ( A Corunha).

FORA O MACHISMO DAS NOSSAS VIDAS!
VIVA A LUITA DAS MULHERES!

domingo, 9 de agosto de 2009

Torneio 24 h futebol de salom Salvaterra: e a AMC com o desporto feminino

Por quarto ano consecutivo, realizou-se o Torneio de Futebol de Salom de Salvaterra, campeonato que aumentou a participaçom de equipas femininas ano após ano, contando neste último evento com cinco, três mais que a primeira vez que foi disputado. A organizaçom formada por Roberto (Cacho), Noa, Santi, Tónio e Begoña está realmente contente com a grande participaçom das mulheres em um campeonato como este, sendo umha realidade social que o futebol é um desporto marcado por e para homens, e esperam que em seguintes anos o número de equipas formadas por mulheres vaia em aumento.

O Campeonato contou com umha final masculina em que a equipa ganhadora "Cafeteria A Costa" jogou contra "Charango", com umha ajustada final de 4-3.

O torneio feminino contou com umha equipa claramente vencedora desde o principio, "As Compinches", ganhando todos os jogos disputados, dos quais cabe destacar o 5-0 contra "Charango" e o 7-1 contra "K-idea". Tanto a organizaçom como a Assembleia de Mulheres do Condado queremos destacar a grande desportividade entre as mulheres e o maioritário público com que contarom todos os jogos.

Prémios:

1ª Classificadas - Trofeu + 200 euros - "As Compinches"
2ª Classificadas - Trofeu + 100 euros - "Charango"
2ª Classificadas - Trofeu - "A Ring Team Team"

Na Assembleia de Mulheres do Condado queremos agradecer à organizaçom do campeonato a vissibilidade que está a dar a umha realidade ocultada por esta sociedade, que as mulheres também jogamos futebol, que as mulheres tambem temos direito a eleger os desportos que queremos realizar, sem que o patriarcado nos marque quais som, ou quais nom, "femininos".

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Multas por defender os direitos das mulheres


Após a nossa oposiçom à presência do autocarro do grupo integrista "Derecho a Vivir", empregado para a recolha de assinaturas em contra dos direitos das mulheres, como é a decissom de abortar ou nom, o passado 27 de Maio em Vigo, vimos de ter confirmaçom das notificaçons da Subdelegaçom do Governo espanhol em Ponte Vedra, encabeçado por Delfin Fernandez, de multas por "contra-manifestaçom" e desobediência as forças represivas.

Até o momento temos constáncia de que aló menos fôrom três as mulheres que já recibirom a notificaçom de multas da quantidade de 300 euros.

Polo que desde a Assembleia de Mulheres do Condado queremos manifestar a nossa repulsa as iniciativas do governo espanhol por acosar e penalizar as mulheres que ali exerciam o seu direito de expressom.

Umha vez mais fazemos nossas as legendas históricas feministas, e recordamos a Delfin Fernández , a Igreja Católica e a todas as vozes reaccionárias que intentam silenciar as nossas e invisibilizar os nossos direitos, que somos nós, as mulheres, as únicas que temos direito a decidir sobre o nosso corpo.

AVANTE A LUITA DAS MULHERES!
NÓS PARIMOS, NÓS DECIDIMOS!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Material à venda








Caras amigas e companheiras, desde a Assembleia de Mulheres do Condado queremos amosar o diverso material que editamos e os seus pontos de venda, as camisolas som a 10 €, os panos a 3 € e as sacas a 4 € estam a venda na Gentalha do Pichel (Compostela), no CS Gomes Gaioso(Corunha) e por suposto no LS Baiuca Vermelha (Ponte Areias). Também imos estar no jantar festa de Causa Galiza o dia da Pátria. Vémonos lá.

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Denúncia feminista contra anti-abortistas

O feminismo galego nom ficou impassível perante o autocarro integrista que visitou sul da Galiza. Na tarde da quarta feira 27 de Maio activistas feministas plantamos-lhe cara em Vigo ao bus de “Derecho a vivir”, desenmascarando a hipocrisia e o cinismo de quem conculca um dos direitos básicos das mulheres.
A denúncia com cartazes com legendas “aborto livre e gratuíto, na rede sanitária pública”, “nós parimos, nós decidimos”, entre outras, contou com o respaldo de passeantes.
As feministas fôrom increpadas polos antiabortistas e posteriormnete identificadas polos diversos corpos policiais (local, espanhola e a unidade de choque).
A AMC estivo presente no acto.




terça-feira, 26 de maio de 2009

VI Certame literário feminista do Condado


Ja fica aberto o praço para o certame feminista, que este ano atinge a sua sexta ediçom a continuaçom reproduzimos integramente as suas bases. Participa!




1- A temática será livre sempre que esteja relacionada directa ou indirectamente com a situaçom de opressom, dominaçom e exploraçom que padecem as mulheres no actual sistema patriarcal.


2- Poderám participar todas as mulheres que o desejarem sem limites de idade.


3- Os trabalhos serám apresentados exclusivamente em língua galega.


4- O certame está aberto a qualquer género literário (romance, poesia, teatro, ensaio).


5- O júri é constituído por três mulheres representativas da comarca.


6- O prémio estará dotado com 300 euros, podendo o júri declará-lo deserto ou dividir a quantidade citada em accesits na sua totalidade ou em parte.


7- O prazo de apresentaçom de trabalhos finaliza na segunda feira dia 31 de Agosto de 2009.


8- Os trabalhos serám apresentados por triplicado num envelope em que se fará constar na parte exterior o título e um pseudónimo da autora e, em envelope diferente, identificado com o título do trabalho e o seu pseudónimo, serám entregues os dados pessoais da autora: nome e apelidos, Bilhete de Identidade (BI), endereço, telefone de contacto.Os envelopes serám enviados por correio certificado ao Local Social Baiuca Vermelha Rua Redondela nº11 rés-do-chao C.P. 36860 de Ponte Areias, a nome da AMC.


9- O trabalho ou trabalhos premiados ficarám em propriedade da Assembleia de Mulheres do Condado. Embora a autora ou autoras manterám os seus direitos sobre segundas ou posteriores ediçons de ser publicado o trabalho premiado.


10- Os trabalhos nom premiados ficarám a disposiçom das autoras durante um prazo de dous meses umha vez atribuído o prémio. Após finalizar este período de tempo, serám destruídos.


11- A interpretaçom das presentes bases som atribuiçom do júri.


12- A decisom do júri é inapelável.


13- A participaçom no prémio supóm a aceitaçom das suas bases.

24 de Maio Dia da mulher antimilitarista




Mais umha vez as feministas do Condado organizadas na AMC voltamos sair a rua, desta volta para denunciar o militarismo, com a colocaçom de várias faixas em Ponte Areias e Salvaterra.








segunda-feira, 18 de maio de 2009

A LINGUAGEM NEUTRO-UNIVERSAL-MASCULINA NOM NOS SERVE

A discriminaçom que sofremos as mulheres fica patente em tantas formas como ámbitos diferentes há no mundo, polo qual a linguagem nom é umha excepçom. Também aqui fomos relegadas para um papel subordinado e obrigadas a utilizar umha linguagem que nos exclui. A linguagem e a fala sexistas e machistas som o reflexo e a conseqüência de umha igual sociedade.

Umha das características mais importantes da linguagem é a variabilidade. A linguagem muda segundo a necessidade de cada sociedade, classe e época. Se a linguagem de cada momento é exemplo dessa realidade, a seguinte geraçom assimilirá as novas ou velhas formas e deste ou aquele jeito farám parte da sociedade. Polo exposto, as mulheres precisamos e exigimos umha linguagem que nos inclua, que também dê a conhecer a nossa realidade: a linguagem neutro-universal-masculina nom nos serve.

Em expressons como "... quando o homem descobriu o lume...", " ...o homem inventou a roda...", "...o homem chegou à lua...", "...os vizinhos de...", "...os trabalhadores de..." , o termo "homem", assim como empregar o género masculino como genérico-neutro apresenta e educa numha realidade na qual nós “nom estamos presentes”. Este é só um dos aspectos da situaçom de discriminaçom que padecemos as mulheres que é à sua vez causa e efeito da mesma.

Mais um exemplo de umha exclusom explícita das mulheres topamo-la em casos tam noticiáveis e criticados como a utilizaçom de substantivos masculinos em feminino. Tomemos como exemplo MEMBRO. Se recorrermos à RAG numha das acepçons encontramos: "indivíduo que fai parte de um conjunto, comunidade ou corpo moral". O termo MEMBRA nom aparesce por nengum lado. Mas em textos jornalísticos sim topamos frases como “A organizaçom X, membra da...” ou “A instituiçom X membra de..”. Mas quando se trata das mulheres, tenta impor-se-nos que sejamos membros, como se tivéssemos menos direitos que as instituiçons, organizaçons, associaçons, etc... Nom há problema, ao fim nós já estamos afeitas a ser nomeadas com o masculino, nom é?

A língua vai-se desenrolando e nascem infinidade de palavras novas assim como muitas outras caem em desuso. O alarme gerado cada vez que se pretende nomear as mulheres é tam só explicável porque as raízes do patriarcado estám presentes em toda e todas as sociedades em maior ou menor grau.

No jornalismo, o género masculino é o protagonista da realidade informativa. E isto nom responde a um simples acaso, pois se figermos um repasso dos jornais da Galiza podemos afirmar que o controlo e gestom destes está em maos de homens e que existe umha clara maioria de escritores e reporteiros. No respeito aos conteúdos, continuam focados para umha dualidade sexual, homem e mulher unidos aos espaços público e privado respectivamente, baseando os critérios e normas jornalísticas nestas diferenças. Somos conscientes que na sociedade capitalista nom atingiremos umha igualdade plena, mas talvez se as mulheres participassem a 50% em todas as actividades laborais, incluindo postos de decisom e responsabilidade, evitando sempre a reproducçom e assunçom do sistema de valores masculino, conlevaria umha mudança substancial na sociedade e na imagem das próprias mulheres.

É difícil pensar ou imaginar que poda produzir-se umha renovaçom no papel que jogam os meios informativos ou na elaboraçom dos seus conteúdos se as primeiras afectadas nom nos organizarmos e luitarmos para atingir mudanças. O desenvolvimento individual é inseparável do contexto social e cultural, dos que os meios de comunicaçom fam parte deste, polo qual nom há mais remédio que tê-los em conta inclusive na planificaçom da educaçom. Se os meios som elementos que influem na vida e costumes dos indivíduos e da colectividade... Que valores transmitem quando nos ocultam?

quinta-feira, 9 de abril de 2009

ABORTO LIVRE E GRATUITO NA REDE SANITÁRIA PÚBLICA

Duas décadas após ser aprovada a Lei do Aborto de 1985 no Estado espanhol, o actual governo “estuda” a sua modificaçom. A proposta suporá, de ser aprovada, um pequeno avanço nos direitos que até o momento inclui.

A Igreja Católica, cumprindo o seu histórico papel conservador e reaccionário, contraataca com umha campanha na qual se reduz as mulheres a simples fábricas de seres humanos. Além disso, interesseiramente, manipulam e distorcem o que significa “direito a abortar”.

As mulheres nom temos a obrigaçom de sermos maes mas, desde que nascemos, a sociedade “educa-nos” e condiciona-nos para o sermos. Este facto exerce em nós, se decidirmos abortar, umha forte pressom que em muitos casos provoca que o levemos a cabo em solidade, clandestinamente e em situaçons de grande stress e riscos para a nossa saúde.

A Igreja nom só pretende impedir a aprovaçom de umha modificaçom que na AMC consideramos tímida e insuficiente. O que a Igreja quer é abolir a lei de 1985.

Detrás do direito ou nom ao aborto, oculta-se o direito ou nom de decisom das mulheres sobre o nosso corpo. Decidir abortar é sem dúvida umha decisom importante, mas é umha decisom que as mulheres devemos tomar livremente e nunca condicionadas polas mentiras de ninguém.

Nom podemos permitir que nos deixem à margem, temos que fazer-nos ouvir, devemos protestar, organizar-nos e luitar polos nossos direitos!



POLA SOBERANIA SOBRE O NOSSO CORPO!
NÓS PARIMOS, NÓS DECIDIMOS!
AVANTE A LUITA DAS MULHERES!






TÍPICOS TÓPICOS


1- O aborto é perigoso para a mulher?

O aborto realizado por pessoas qualificadas é um prodecimento seguro. Nos países onde é legal a probabilidade de que a mulher
morra é de 1 de cada 100.000 e onde é ilegal elava-se a 70 de cada 100.000. Neste caso, as mulheres vemonos na obriga de recurrir a abortos praticados por pessoas nom qualificadas, e em lugares sem as mais elementares condiçons de segurança.

2- O aborto causa transtornos psicológicos às mulheres?

Há estudos que demonstram que negar um aborto a umha mulher quando ela o decide produz conseqüências negativas na sua saúde mental. As condiçons de ilegalidade e clandestinidade na que som praticados muitos abortos junto com a soidade e silêncio que conlevam som causas de sofrimento.

3- As mulheres que abortam som irresponsáveis e egoístas?

As mulheres que por qualquer raçom decidem interromper a sua gravidez fam-no depois de sopesar as suas capacidades, desejos e possibilidades,concluíndo que nom querem ser nais. O verdadeiramente egoísta é obrigar a ter filh@s à mulheres que nom o desejam, negandonos ao tempo a capacidade de decissom sobre o nosso próprio corpo.

segunda-feira, 30 de março de 2009

8 de Março

Reproduzimos o poema feito para ocassiom da companheira de AMC Belém Grandal.


Homenagem à mulher trabalhadora

Ao cair da noite, nos sulcos arados na terra
deitarei o meu corpo invissível de mulher
e arrastando a minha pele no húmido orvalho
plantarei a semente dum novo amencer.

Os meus braços estendidos recolheram o fruito
com as mans endurecidas pola quentura do sol
O sangue derramado debuxará umha estrela
com o punho alçado mostrarei umha flor.

Caravel vermelho que luzem as batalhas
daquelas ganhadas e as que estám por vencer
Som as luitas que nom cessam, som os cantos
entoados pola esperança da mulher.

Vento que espalha paseninho o desacougo
enchendo-nos de raiva e de indignaçom
liberdade e igualdade, as nossas consignas,
com as que faremos um mundo melhor.

Combates som versos, palavra ou acçom
batendo martelos nas consciências dos homens
cortando as cadeias com o gume da fouce
para assim arrumar umha nova naçom.

Escuitam-se já gritos de vitória
é tempo da história mudar
o género feminino também canta
o hino da internacional.

quinta-feira, 26 de março de 2009

Poemas 8 de Março

A continuaçom reproduzimos vários dos poemas da companheira Concha Rousia ( ganhadora do III Certame Literário feminista do Condado organizado pola AMC) umha das nossas convidadas ao acto do dia Internacional da mulher trabalhadora.




Penélope

Sou poeta, mulher e navegante
Minha nave é papel, tinta é o mar
Não sou escravo teu pra te aguardar
Sou mulher, teu igual e tua amante

Rompo tear, e mitos sem semblante
Deixo casa, deixo filhos e lar
Não dependo de ti, sós eu e o ar
Ergo velas ao céu, eu arrogante

Vogo, escrevo, mantenho meu tino
Escolho a quem seguir, sigo as estrelas
Marco meu rumo, creio meu destino

Já não quero tecer, nem fio fino
Eu amo o corpo nu, não teias belas
E amo Zeus, como amo Feminino




Despedida


Meu amado,


Desculpa que me vá embora hoje, sei que é tarde e deveria aguardar polo nascer do dia... mas prefiro o abraço da noite que me dá seu silêncio e nada pede...

Obrigada por não atirar a mim as tuas perguntas, sabes que em ti, e só em ti, acharás as respostas. Permite-me que me despida assim, nesta pequena carta que nem a carta chega, mas sei que se aguardo pola alva não seria eu a mulher que agora me vejo... e meus pés se negariam a me levar ao meu destino, eu sei isso...

Sim, a razão da minha partida, agora ia te contar, sim..., porque eu não quero que tu padeças por minha ida, pois minha ida nada tem a ver contigo e sim comigo, verás...

Eu vou-me porque achei um espelho...

Um espelho no que eu me vejo como tu querias que eu fosse quando me miras.



Amaia, 28 de Fevereiro de 2009


Concha






As mulheres em mim

I

Sou demasiado ampla
demasiado contraditória
para que tu,
meu amor,
possas chegar
a amar todas...

II

Há uma eu que te nega
que diz não devias existir...

E há uma outra eu
que vive só em ti.




Ser

Pertenço a uma cultura milenar

Sou chinesa
Sou africana
Sou japonesa

Sou calaica sou índia e sou malaia

Sou a Terra
Sou mulher
Sou mãe
Sou filha
Sou filha da filha
Sou infinita


A razão do meu amor

Não te amo por tu seres luz na escuridade
Nem calor para o meu corpo no inverno

Não te amo por tu seres música no silêncio
Nem abraço de palavras quando distantes

Não te amo por tu seres sombra no verão
Nem água que mata a sede na que eu ardo

Não te amo por seres nenhuma dessas cousas

Eu amo-te apenas por seres verdade na verdade

Água na fonte
Calor no verão
Escuridão da noite
Abraço no abraço
Trono no trono
e
Silêncio no silêncio.


Todos os meus seres

Cruzei o mar e meu cabelo
ondulou-se para sempre

Estiquei os braços e senti
que me nasciam plumas
e o ar as elevava ao céu

Fechei os olhos e neles
pousaram-se as estrelas

Andei descalça pola relva
e a terra deu-me raízes
e contou-me que eu sou dela.

Galiza

Navegante sem trégua nas feridas
teu barco a deriva
teus marinheiros cegos e doidos
embriagados de rum e esquecimento

Galiza
onde ficam teus planos das estrelas?
onde os olhos límpidos que os leiam?

Galiza
afunde já este navio
e dá paz a teu corpo em agonia

Serás lembrada Terra livre e formosa
Terra de homens e mulheres
que viveram
que amaram
que existiram
e morreram
Mas deixa de padecer por estes corpos baldios.

Concha Rousia






Se queredes conhezer mais de esta poeta:


ttp://recantodasletras.uol.com.br/autor_textos.php?id=37698&categoria=8&lista=ultimas

segunda-feira, 9 de março de 2009

8 de Março

Mais umha vez temos de agradecer todas as mulheres que na manhá do 8 de Março nos acompanharom na homenagem polo Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, em Salvaterra de Minho. O acto, cheio da poesia de Concha Roussia e de música tradicional concluiu com o descobrimento da escultura. Umha sessom vermute e um jantar dérom fim a umha jornada de confraternizaçom e reivindicaçom das mulheres.























































quinta-feira, 5 de março de 2009

O Dia Internacional da Mulher Trabalhadora, proposto por Clara Eissner (mais conhecida como Clara Zetkin, polo seu apelido de casada) em 1910 no II Congresso Internacional de Mulheres Socialistas.

Na actualidade, o 8 de Março é umha data um tanto festiva para algumhas, mas para outras deve ser recordada polos fortes movimentos de reivindicaçom política e obreira que dérom lugar à sua origem.

Para nós é umha jornada que simboliza a luita pola conquista de direitos, em que as diferenças biológicas nom sirvam de pretexto para nos subordinar nem inferiorizar. Umha jornada para lembrarmos todas as luitas protagonizadas por mulheres ao longo da história e a todas as mulheres que se organizam e continuam a luitar polos seus direitos.

Por isso, da Assembleia de Mulheres do Condado (AMC) este ano queremos homenagear as mulheres trabalhadoras galegas com a inauguraçom de umha escultura que será descoberta o Domingo 8 de Março às 12:30h no parque da Canuda após um acto poético-musical em Salvaterra de Minho.


Viva o 8 de Março!
Viva a luita das mulheres trabalhadoras!