sexta-feira, 29 de fevereiro de 2008

DOZE MESES DOZE LUITAS

O QUE NOM SE NOMEIA NOM EXISTE

Por umha utilizaçom nom discriminatória da linguagem

Desde o feminismo galego levamos anos luitando por erradicar da quotidianidade mais umha forma de discriminaçom sobre as mulheres. Referimo-nos ao mal uso que fazemos da linguagem. Tendo claro que através dela assumimos roles de maneira consciente e inconsciente, conformando assim estereotipos sexistas.

A utilizaçom da linguagem sexista e androcéntrica é o reflexo da realidade, da sociedade que a utiliza, que sobrevaloriza as capacidades e funçons masculinas e condena ao silêncio e à ocultaçom as femininas.

Através de umha linguagem sexista som excluidas as mulheres, dificulta-se a nossa identificaçom e associase-nos a valorizaçons negativas e pejorativas.

Ocultar um genero, ocultar mais da metade da populaçom é ao mesmo tempo ocultar a verdade.

A soluçom passa por eliminar a utilizaçom de formas incorrectas da linguagem e substituí-las por palavras ou estruturas nom discriminatórias.

Desde a Assembleia de Mulheres do Condado recomendamos:

1. Uso de genéricos reais. Exemplo: “A classe trabalhadora” e nom “os trabalhadores”. Sem esquecer que o masculino plural invisibiliza as mulheres no nosso imaginário.

2. Corrigir frases feitas, piadas, etc... que estejam relacionadas com atitudes sexistas, androcéntricas e discriminatórias. Exemplo: “Que pesado” e nom “Menudo conhaço”.

3. Emprego de formas duplas (dous generos gramaticais). Exemplo: “As maes e os paes do alunado” e nom “os paes do alunado”.

4. Utilizaçom de abstractos. Exemplo: “A vizinhança” e nom “os vizinhos”.



Ponte Areias, Fevereiro de 2008