sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

"POR UM USO NOM SEXISTA DOS BRINQUEDOS"

Mais um ano, a Assembleia de Mulheres do Condado sai à rua para denunciar a utilizaçom e manipulaçom das crianças por meio da publicidade e venda de brinquedos que, na sua maioria, agochados tras cores supostamente inofensivas, reproduzem a injusta divisom sexual do trabalho e o heterossexismo.

O jogo mostra-se como umha actividade simbólica expressiva, como um mecanismo de socializaçom e como um proceso de comunicaçom. As capacidades intelectuais, psíquicas, emocionais e motoras das crianças desenvolvem-se de maneira mais optima por meio do jogo e dos instrumentos precisos para o pôr em prática: os brinquedos.

Mas segundo a publicidade de brinquedos, as nenas divertem-se penteando-se e mudando de roupa quatro vezes por dia. A estética, a moda e a maquilhagem ocupam umha grande parte dos brinquedos oferecidos, junto com a nena mae e cuidadora, predizendo assim um destino quase inevitável.

Ao contrário, os nenos, além dos típicos carros e bonecos de brigar e material bélico, som os protagonistas dos anúncios de brinquedos de desenvolvimento intelectual e cognitivo. As suas actividades estám ambientadas, em muitos casos, no exterior da casa, enquanto os das nenas brincam dentro do seu lar.

Mantenhem-se assim as opressoras dicotomias de género entre os roles sociais a desempenhar por homens e mulheres, os espaços a ocupar entre o público e o privado, e a eterna mediçom de forças entre os repressentantes das guerras e as donas da casa. Estas fendas ideológicas incidem gravemente nos procesos de elaboraçom das identidades que experimentam nenas e nenos, perpetuando assim as diferenças por razom de género; diferenças nas quais as nenas som formadas como seres passivos, indefensos e dependentes dos homens.

De Assembleia de Mulheres do Condado fazemos um apelo para umha conciência crítica frente ao consumo e à utilizaçom sexista-bélica dos jogos e brinquedos. Nom podemos tolerar que as ferramentas lúdicas da educaçom estejam carregadas de estereótipos, definindo o papel social a desempenhar polas crianças no futuro.