segunda-feira, 7 de abril de 2008

Doze meses, doze luitas

AS MULHERES ESCRITORAS NA HISTÓRIA DA LITERATURA GALEGA: OCULTAÇOM E SILENCIAMENTO

As mulheres escritoras na história da Galiza e da nossa literatura sofrêrom grandes atrancos para o desenvolvimento do seu labor já que, o que primava naqueles momentos era um sistema patriarcal com umha injusta desigualdade de género, onde a mulher era considerada como um simples complemento sob a tutela do homem. Marginalizada e afastada durante anos e séculos de história, do mundo da cultura e do acesso à educaçom, esta situaçom impediu a sua dedicaçom ao mundo literário.

Será no século XIX quando um restringido grupo de escritoras pertencentes às camadas acomodadas da sociedade da época e com maiores possibilidades de acesso à cultura, como pioneiras do ideário feminista, ocupárom espaços que até entom eram património exclusivo dos homens, sendo por isto criticadas, rejeitadas e, mesmo vetadas em algumhas instituiçons polo facto de pertencerem ao sexo feminino. A rígida moral católica dominará a sociedade até princípios do S. XX.

Com o advento do regime republicano entre 1931-36 permite-se o acesso das mulheres à cultura e a educaçom polo que aumenta o número de escritoras que desenvolvem com força o ideário feminista. Muitas destas mulheres sofrêrom repressom polo seu apoio às conquistas sociais da época Republicana.
A Guerra civil e imediata pós-guerra encaixota os inícios deste desenvolvimento de autoras. As que virám a partir de entom enquadram-se no chamado “tradicionalismo católico” característico do franquismo. A invisibilidade, ocultaçom e marginalidade som moedas de cámbio para a mulher até os anos 1975-80, quando renasce o movimento feminista que pretende dar visibilidade às mulheres galegas na criaçom literária e artística, derrubar o poder de género masculino e espalhar o ideário feminista.

O número de escritoras aumenta a partir dos anos 80 até hoje, mas ainda nom é o suficiente para atingir umha paridade com o homem, apesar dos avanços relativos na igualdade de sexos e no aceso à cultura e a educaçom. A mulher ainda deve manter umhas jornadas laborais intermináveis onde ao trabalho fora da casa há que somar o trabalho doméstico e de responsabilidade das filhas e filhos, que ainda hoje nom é compartilhado em pé de igualdade com o homem, o que lhe impede contar com o tempo necessário para entrar de cheio e com êxito no mundo da literatura.

Mas nom toda a literatura feminina se define por umha ideologia feminista na qual o objectivo que se procura é a libertaçom da mulher da ocultaçom e marginalidade de género, social e económica que ainda padece na actualidade.
Ponte Areias Abril 2008