sábado, 12 de julho de 2008

Doze meses, doze luitas

Para sermos felizes temos que estar guapas?

Com a chegada da época estival os interesses empresariais incrementam a pressom mediática e publicitária sobre os cánones oficiais de beleza imperantes.
O conjunto da populaçom, basicamente as mulheres, especialmente as mais jovens, sofrem, sofremos um bombardeamento constante sobre a importáncia de estarmos “guapas” para podermos agradar e assim triunfar nas relaçons sociais, laborais e amorosas.

Ter um “corpo dez”, ou seja aquel que se ajusta às proporçons predeterminadas polas empresas de roupa, dos produtos estéticos, converte-se numha necessidade, numha obsessom para muitas mulheres.
Mas a impossibilidade real que a imensa maioria das mulheres temos à hora de ajustar-nos a este protótipo de beleza imposto polo mercado gera enormes frustraçons, depressons e mesmo doenças tam graves como a anorexia.
As mulheres somos convertidas numha simples mercadoria que se compra, vende ou intercámbia em funçom do envase. O chasis é mais importante que o motor. O fundamental é agradarmos aos homens, o essencial é a apariência que transmitimos. Nom a nossa saúde física e mental.
As mulheres nom podemos, as mulheres nom devemos legitimar umhas tendências sociais que primam a apariência, o mero aspecto virtual, sobre os permanentes valores que determinam e caracterizam as pessoas no sentido genuino e integral. Nom pode ser mas importante o aspecto físico que sermos boa gente, que sermos pessoas honradas, solidárias, leais. Nom pode ser mais importante ter um corpo “perfeito” que sermos cultas e inteligentes.

Que importa ter uns quilos a mais? Que problema existe para poder sermos realmente felizes, para poder atingirmos a nossa plena realizaçom como seres humanos, nom poder termos, nem aproximar-nos ao aspecto físico da actriz ou da apresentadora de televisom de moda?, quando sabemos que boa parte da sua apariência é simplesmente fruto de um sacrifício cheio de insatisfacçons, de um disciplinado submetimento a umhas rígidas normas profissionais orientadas a cultivar o corpo, mas também dos milagres da cirugia.

Nom nos deixemos convencer polas patranhas do machismo e do patriarcado que só nos considera simples mercadoria, um objecto mais!