sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Doze meses, 12 luitas

MULHER, GALIZA E HISTÓRIA

As mulheres ao longo dos diferentes processos históricos fôrom vetadas, dobregadas e anuladas, embora jogarem um papel indispensável na evoluçom e desenvolvimento das sociedades até os nossos dias. Assim, já na Idade Média e períodos posteriores as funçons das mulheres circunscriviam-se somente à esfera do privado. Nom tinham cabimento na elite política do mundo em que viviam, mas na esfera sócio-laboral, especialmente no contorno rural, a mulher cumprirá similares obrigaçons que os homens nos contratos forais complementando a sua labor com o trabalho doméstico.

Na primeira metade do século XIX, com o alvorejar dos valores burgueses das camadas médias da populaçom segue-se a pôr ênfase em outorgar ao homem a representaçom ante a sociedade. Mesmo nas primeiras décadas do século XX a mulher será considerada como sujeito político diferente por carecer da racionalidade necessária.

Ainda assim a mulher na Galiza nestes anos será protagonista de primeira mao, reivindicando o direito o voto, participando nas luitas antiforais e anticaciquis, mas o seu afastamento no terreno político é umha realidade imposta.

Com a aprovaçom do direito o voto da mulher 1 de Outubro de 1931, a funçom da mulher nas organizaçons “nacionalistas” galegas daquel entom, concentra-se exclusivamente em funçons de apoio, ficando a margem as reivindicaçons femininas.

O apoio da hierarquia eclesiástica no regime franquista dispom à mulher como depositária dos valores eternos da família e da pátria. Após a ditadura e a partir do ano 1977 umha série de mobilizaçons torna visível o protagonismo da mulher em diferentes sectores produtivos.

Abre-se entom o caminho da sua participaçom, nom sem grandes atrancos, através de coordenadoras, assembleias, associaçons, sindicatos, partidos políticos... feministas e nacionalistas em alguns casos, que realizarám críticas ao sistema patriarcal e reclamarám a igualdade de direitos solicitando umha interpretaçom da história em nengum modo androcêntrica.

Na actualidade a plena integraçom da mulher no seio do movimento de libertaçom nacional da Galiza dependerá da autoconsciência e do conhecimento de que, todos os problemas e conflitos sociais, económicos, culturais, políticos... que afectam ao nosso País tenhem sempre repercusons directas ou indirectas sobre as mulheres. É essencial a revalorizaçom da mulher trabalhadora e por extensom da mulher feminista e comprometida com a Galiza reclamando unha verdadeira igualdade e paridade com o homem, mas isso nom será possível enquanto o modo de produçom capitalista no nosso país, e o patriarcado inerente a este, nom sejam derrubados, para construir umha sociedade livre e sem opressom.