quarta-feira, 7 de abril de 2010

Exposiçom



Na casa cultural de Salzeda podede-la visitar durante quinze dias.


Reproduzimos mais umha das entrevistas, desta volta a Eli, mulher autónoma imigrante peruana.



- Qual foi o motivo que te levou a tomar a decisom de vir à Galiza na procura de um futuro melhor?


Vivo na Galiza há quase 8 anos. Desde há 3 com a cidadania espanhola; realmente os motivos por que vim a Espanha fôrom pessoais, nunca estivérom relacionados com melhorar o meu futuro, antes de vir aqui já havia 17 anos que saíra do meu país de origem, Peru.


- Damos por feito que encontraste muitos problemas e travas para sair adiante. Achas que o ser de outro país ou o facto de ser mulher contribuiu à hora da tua integraçom?


A minha experiência como imigrante levou-me a viver experiências algo desagradáveis mas nom polo feito de ser mulher, sinto que isto nom só o vives na Espanha, Galiza ou Ponte Areias; sempre vás estar em desvantagem por chegar de fora, por ter que “demonstrar” que és umha pessoa de bem, sim que podo afirmar que em Ponte Areias vivim situaçons extremas de este tipo; e no seu momento sentim-me questionada, sentim sobre mim a etiqueta de “sudamericana quita-maridos”, pola particular situaçom de muitos lares destruídos nesse momento, algo que sem ser aceitável sim chegava a ser compreensível, mas podo afirmar que muita dessa mesma gente maior que no seu momento me prejulgou, valoriza e reconhece hoje o meu trabalho, polo que me sinto mui orgulhosa da minha condiçom de imigrante.


- Como imigrante ou mulher trabalhadora que demandas farias para melhorar a vossa situaçom?


Acho que em geral nom existem programas de integraçom no governo local e se os há, os mesmos nom fôrom devidamente divulgados. O mais fácil sempre foi julgar e achacar à comunidade imigrante de muitos dos problemas sociais, mas nunca se estabelecêrom nexos para tentar dar soluçom aos mesmos, o ao menos eu nom tenho conhecimento de que existam.


- Que opinas sobre esse invento do sistema que favorece a xenofobia e o machismo que afirma que sodes pessoas que vides de outros países a "sacar" o trabalho?


Esta pergunta vai muito relacionada com a segunda, sou das que pensa que se bem é certo deve existir umha política de fronteiras abertas nom é menos certo que aquela pessoa que opte por emigrar a este país ou a qualquer outro, deve fazê-lo com a convicçom de que se lhe abrirá umha porta e dentro dela deverá esforçar-se para integrar-se, devendo ser sempre ela ou ele quem se adapte às formas de vida do lugar ao que chega e nunca pretender que se adaptem os costumes que trazemos dos nossos países. De existir essa atitude creio que definitivamente essas posiçons xenófobas nom se desenvolveriam, que a convivência seria mais tolerável. Do resto nom estou de acordo em que lhe tiremos o trabalho a ninguém porque dificilmente se nos beneficia em nada, sempre nos vemos duplamente obrigados a demonstrar que estamos preparados para ocupar esses postos que ocupamos.


- Consideras que o facto de que muita gente pense assim deve-se a umha escassez intencionada de informaçom acerca do nosso próprio passado e pressente emigrante?


Nom, nom considero que se deva a isso porque fôrom épocas diferentes. É mais bem umha errónea percepçom de que sempre a gente que vem de fora é gente que escapa de climas de violência ou necessidade e muitas vezes nom é o caso, porque existem todo tipo de imigrantes e cada um/umha com umha realidade diferente, bom, deve-se reconhecer que muitas vezes nom temos feito @s imigrantes as cousas bem para demonstrar que todas as cidadanias tenhem as suas cousas positivas e também negativas.


- Como é a tua visom da sociedade galega?


Reitero é umha sociedade extremadamente conservadora, muito fechada e desconfiada, que tende a abrir-se quando se demonstra que umha tem decidido viver na sua terra com intençom de progredir e integrar-se dentro de limites de respeito.


- A nível de direitos femininos notas mudanças com respeito da sociedade que deixa-che atrás?


Vivim 17 anos em Califórnia, Estados Unidos e obviamente os direitos da mulher nesse país estám mais desenvolvidos, a mulher no espanhola começa a ganhar-se agora um lugar dentro de umha sociedade que sem chegar a ser machista levava mui arraigada a posiçom de que a possibilidade de que umha mulher se desenvolva mais alá do seu papel dentro do lar era limitada, situaçom contraditória tendo em conta a transcendência que tivo essa mulher na guerra civil e a recuperaçom da democracia em Espanha.


-Para rematar conta-nos como se desenvolve o teu dia a dia


Pois o meu dia a dia é como o comum cidadao, meter-lhe horas ao meu negócio próprio – -conect@te ciberlocutorio-, o qual como a maioria dos negócios actualmente vem esquivando as inclemências da debilitada economia do país. E nos momentos livres que som poucos compartilhar com a família, amigos e conhecidos que som de diversas cidadanias mas que na sua maioria atopam-se totalmente integrados nas costumes da populaçom galega.